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Flamingo-chileno

Phoenicopterus chilensis - No Brasil há duas espécies de flamingos, o chileno e o americano. O flamingo-chileno é menor, suas penas são em tons de rosa claro e é encontrado no sul do país, enquanto o americano nidifica no extremo norte e possui plumagem vermelha.

O flamingo-chileno mede 1,2 metro de altura, 1,3 metro de envergadura e pode pesar até dois quilos (o macho é um pouco maior do que a fêmea). Seu bico curvo tem a base branca e o restante negro. Os indivíduos juvenis têm plumagem acinzentada. Possui longo pescoço e três dedos ligados por uma membrana interdigital.

É um animal de hábitos gregários (vive em grandes colônias, que podem variar de algumas dezenas de indivíduos até milhares de aves) e migratório, podendo voar até 500 quilômetros em apenas um dia.

Habitante da América do Sul, pode ser encontrado na Bolívia, Peru, Chile, Argentina e sul e sudeste do Brasil (migra para o Brasil durante o inverno).

A reprodução ocorre em grupo. Os ninhos ficam no solo e são construídos lado a lado com lama. A fêmea bota apenas um ovo, que é incubado por até um mês. Os pais se dividem com a incubação e os cuidados com o filhote.

Vive próximo a lagos e lagoas de água rasa e lamacenta (e de preferência salina ou alcalina), de onde tira seu alimento filtrando a superfície com o seu bico. Entre seus alimentos preferidos, estão algas e pequenos invertebrados. A coloração das penas do flamingo se deve à ingestão de alguns crustáceos que contém caroteno em sua composição química. Na falta deste alimento, as penas ficam mais claras e esbranquiçadas.

É uma espécie classificada como quase ameaçada de extinção, já que o número de indivíduos tem diminuído devido à destruição de seu habitat, poluição e caça.

 

 

Quero-quero

Vanellus chilensis - Muito comum em campos de futebol, o quero-quero é uma ave muito popular no Brasil, habitando pastagens, praias e banhados. É encontrado em toda a América Central e do Sul. Seu nome é uma onomatopeia de sua vocalização – costuma a dar sinais de alerta quando seu território é invadido. É a ave-símbolo do Uruguai e do Rio Grande do Sul.

Mede até 37 centímetros de comprimento e pode pesar até 300 gramas. Apresenta esporão ósseo no encontro das asas, que é exibido aos inimigos durante embate. Possui uma faixa negra na cabeça. O corpo tem plumagem nas cores branca, preta e cinza. Os olhos e as pernas são vermelhos. Tem um penacho fino de cor cinza ou negra na região posterior da cabeça. Não apresenta dimorfismo sexual.


Alimenta-se de invertebrados, como insetos, larvas e moluscos que procura no solo. Apesar de voar muito bem, passa a maior parte do dia no chão.


O ninho é construído no solo, geralmente em uma pequena depressão ou buraco raso. A fêmea bota de três a quatro ovos, que são incubados por 27 dias. Os filhotes nascem cobertos por uma penugem castanha com pintas negras. Extremamente territorialista, defende o ninho com agressividade, atacando até mesmo animais maiores (inclusive o ser humano). Quando ameaçado por predadores, finge-se de ferido para evitar que o ninho ou os filhotes sejam atacados.


Não é uma espécie ameaçada de extinção, na verdade, sua população tem aumentado devido a sua vasta área de ocorrência e capacidade de viver em centros urbanos.


 

 Garça-branca-grande


Ardea alba - Facilmente reconhecida pela sua elegância e penas brancas, a garça pode medir até 90 centímetros de comprimento. Sua plumagem é totalmente branca, as pernas são negras e o bico é amarelo. Sempre próxima à água, é encontrada em todo o continente americano.
Alimenta-se de insetos, peixes, anfíbios, répteis, crustáceos, moluscos e até pequenos mamíferos. Em centros urbanos, pode procurar alimento no lixo. Para caçar, permanece imóvel, com o corpo abaixado e o longo pescoço recolhido. Quando a presa se aproxima, da um bote esticando rapidamente o pescoço e acertando o animal com o bico.
Durante o período de reprodução, tanto machos como fêmeas, sofrem alterações físicas. O bico fica esverdeado e surgem longas e delicadas penas no dorso, chamadas de egretas (foi, inclusive, muito caçada no passado para a utilização dessas penas como itens decorativos e adornos). Durante a corte, essas egretas se eriçam e a ave parece maior.
Nidifica em colônias, dividindo os ninhais com aves de outras espécies. O ninho é grande e construído com gravetos. A fêmea bota de três a cinco ovos, que são incubados pelo casal por um período de três a quatro semanas.
Não é uma espécie ameaçada de extinção.

 

 

Ema

Rhea americana - Maior e mais pesada ave do continente Americano, a ema pode medir até 1,7 metro de altura, 1,5 metro de envergadura e pesar até 35 quilos (os machos são maiores do que as fêmeas). Incapaz de voar, é uma excelente corredora – pode atingir até 60 quilômetros por hora. Utiliza as asas como um leme, auxiliando no equilíbrio e na realização de curvas. A plumagem, longa e macia no corpo e nas asas, é cinza ou marrom (os machos apresentam penas negras em algumas regiões do corpo). Não possui cauda e tem três dedos em cada pé.
Habita planícies, campos, cerrado e pantanal em toda a América do Sul. Vive em bandos e tem hábitos diurnos. Gosta de banhar-se e dorme com o pescoço esticado no chão ou dobrado em cima do corpo.
Alimenta-se de capim, sementes, insetos e pequenos vertebrados. Ingere pequenas pedras para auxiliar na digestão.
Os machos duelam entre si na época de reprodução. Antes do combate físico, se enfrentam com vocalizações (semelhantes a um mugido), saltos e exibições das asas e do pescoço. O vencedor pode formar um “harém” de até seis fêmeas. Ele é o responsável pela construção do ninho – um único local para todas as fêmeas. Assim que a postura se encerra, o macho se responsabiliza também pela incubação, que dura seis semanas. Enquanto ele choca os ovos, as fêmeas se reproduzem com outros (uma mesma fêmea pode procriar com até três machos diferentes). O ovo da ema é grande, podendo pesar até 600 gramas.
A espécie sofre com a destruição de seu habitat, caça e atropelamentos. Emas também são capturadas para 
 a retirada de suas penas, que são utilizadas em espanadores e adereços.

 

 

Pato-do-mato 

 
Cairina moschata - O pato-do-mato (ou pato-selvagem) é encontrado do sul dos Estados Unidos até a Argentina, sempre próximo à água. Alguns indivíduos habitam a Europa e o Canadá, mas são animais que foram introduzidos nesses países. Foi domesticado pelos indígenas da América do Sul, que apreciavam o sabor de sua carne, e é o ancestral das espécies domésticas de patos.

O corpo do pato-do-mato é coberto por penas negras, com manchas brancas nas asas (que ficam mais nítidas durante o voo) e o bico também é negro. Indivíduos domesticados apresentam uma maior variação de cores, alguns podendo ser completamente brancos. Apresenta dimorfismo sexual, sendo o macho muito maior do que a fêmea. Ele pode medir até 85 centímetros de comprimento, ter 1,50 metro de envergadura e pesar até quatro quilos, enquanto a fêmea mede, em média, 66 centímetros e pesa 2,50 quilos. Além do tamanho e do peso, outras diferenças entre os sexos são, nos machos, a pele vermelha e sem penas ao redor dos olhos, uma protuberância também vermelha acima do bico e um pequeno topete de penas negras no topo da cabeça.

Alimenta-se de folhas, grãos, plantas aquáticas, vermes e insetos. Quando busca seu alimento, costuma nadar com a cabeça submersa e o resto do corpo para fora da água.

Constrói o ninho em ocos de árvores, especialmente em troncos mortos próximos à água. A fêmea bota de oito a 16 ovos, que são incubados por até 35 dias. Os filhotes seguem a mãe assim que nascem, inclusive na água.

Vive em pequenos grupos e apesar de passar boa parte do dia na água, costuma dormir no alto de árvores. Possui longas e afiadas garras, que são usadas para se segurar nos galhos e, por ser territorialista, para brigar com outros patos.

Não é uma espécie ameaçada de extinção, mas o pato-do-mato não domesticado sofre com a perda de habitat, com a caça e com a poluição.

 

 

Ganso-australiano

Cereopsis novaehollandiae - O ganso-australiano é uma ave mais terrestre do que aquática, tanto que suas membranas interdigitais são menores do que as dos outros gansos. Mede 90 centímetros de comprimento e pode pesar até seis quilos. A fêmea é um pouco menor do que o macho. Seu bico é pequeno e negro, coberto por uma camada de pele verde. A plumagem é cinza, com manchas negras e marrons. O topo da cabeça apresenta plumagem branca.
Habita ilhas do sul da Austrália e pode ser encontrado também na Tasmânia. Vive em pastos próximos a lagoas.
Alimenta-se de folhas, sementes, grãos e pequenos invertebrados.
É extremamente agressivo e territorialista. A fêmea apresenta uma vocalização característica, semelhante a um porco.
Constrói o ninho no solo e a fêmea bota de três a seis ovos, que são incubados por até 35 dias.
Não é uma espécie ameaçada de extinção.

 

 

Surucuá-de-barriga-vermelha

 Trogon curucui - Apesar da beleza e do colorido das penas, o surucuá-de-barriga-vermelha é mais ouvido do que visto, já que canta durante todo o ano (especialmente durante a época de reprodução), mas mantém-se “escondido” em galhos e cipós nas copas das árvores. Sua vocalização se caracteriza por piados curtos e canto melancólico.

Pode medir até 25 centímetros de comprimento e apresenta dimorfismo sexual. O macho é mais colorido, tendo, além da barriga vermelha, a cabeça azul, o dorso verde, a cauda branca com listras pretas e pálpebras amarelas. A fêmea tem a cabeça e o pescoço cinzentos e a barriga vermelha.


Alimenta-se de invertebrados, como lagartas, aranhas, cigarras e besouros, que captura durante o voo. Alimenta-se também de alguns frutos, como o da embaúba.


O ninho é construído dentro de cupinzeiros que se encontram nos troncos das árvores ou em árvores mortas. A fêmea bota de dois a quatro ovos que são incubados pelo casal durante 18 dias.


Habita florestas, matas ciliares e regiões de cerrado da América Latina, em países como Argentina, Paraguai, Bolívia e Colômbia. No Brasil, pode ser encontrado em quase todos os estados. Tem hábitos diurnos e é um animal solitário.


Não é uma espécie ameaçada de extinção.



Ararajuba

Guaruba guarouba - Endêmica do Brasil, vive exclusivamente na Floresta Amazônica. A ararajuba tem penas das cores da bandeira nacional, amarela e verde (o corpo é todo amarelo e as pontas das asas são verdes). O nome, em tupi-guarani, significa “papagaio amarelo”. Suas pernas são cor de rosa. Pode medir até 34 centímetros e pesar até 300 gramas. A cauda é longa e composta por penas de tamanhos diferentes. Não há dimorfismo sexual.

Vive em grupos de até 10 indivíduos e o casal é monogâmico.


Alimenta-se de sementes, frutas  e frutos, sendo o coco de açaí seu alimento favorito. Costuma segurar a comida com as patas e utiliza o forte bico para quebrar as cascas de castanhas.


O ninho é construído em ocos de árvores altas e a fêmea bota até três ovos, que são incubados por aproximadamente 30 dias. A responsabilidade com os cuidados dos filhotes, como alimentação e proteção, é dividida pelo casal.


É uma espécie ameaçada de extinção devido à destruição de seu habitat e ao tráfico, já que é muito procurada como pet.